A SERVA DE DEUS MADRE MARIA IMACULADA
Maria Giselda Vilela, Mãezinha, nasceu em um lar autenticamente cristão. Era a terceira dos sete filhos do casal Manoel Villela Pereira (de origem portuguesa) e Maria Campos Villela, residente na cidade de Maria da Fé, Minas Gerais. Eram seus irmãos: Genoveva, Manoelzinho (logo falecido), um segundo Manoelzinho, também falecido com apenas dois anos, Rita, Gabriel (Padre Redentorista) e Murilo.
Maria Giselda, muito viva e
inteligente sempre foi cercada de muita atenção e carinho pelos pais, que,
percebendo seu temperamento forte e expansivo, eram exigentes na sua formação e
educação.
Impressionado com a piedade da menina e com
seu precoce conhecimento do Catecismo, um Missionário que viera pregar naquela
cidade, permitiu que ela fizesse a Primeira Comunhão, com apenas quatro anos de
idade! Ao lado de Maria Giselda, também recebendo Jesus pela primeira vez, lá se
achava Delfim Ribeiro Guedes, seu amiguinho, um pouco mais velho que ela. Unidos
na Eucaristia, muito mais unidos ficariam, num futuro remoto, pelos laços de um
forte ideal carmelitano.
Sempre voltada para as coisas de Deus, após
a Primeira Comunhão, Maria Giselda quis entrar para o Apostolado da Oração.
Não sabendo ler nem escrever, cumpria de
memória o que lhe era prescrito e rezava o terço marcando as Ave-Marias com seus
dedinhos.
Foi seu companheirinho de infância, além de
Delfim, o futuro beneditino, Dom Marcos Barbosa.
Três admiráveis crianças, que, mais tarde,
norteariam suas vidas pelo ideal de consagração a Deus.
O SOFRIMENTO
Dedicada aos estudos, Maria
Giselda foi desenvolvendo seus grandes talentos. O selo do sofrimento, porém,
marcaria sua infância ... Entre 12 e 13 anos, teria início o seu calvário com o
aparecimento de um tumor na virilha.
Alertado sobre a gravidade do
problema, Sr. Vilela levou-a para outra cidade, também de recursos precários,
onde o enorme tumor foi extirpado. Aparentemente melhor, Maria Giselda foi para
o Internato, do Colégio Sagrado Coração de Jesus, das Irmãs da Providência de
GAP, em Itajubá, mas, em poucos meses, reapareceu-lhe o tumor. Alarmado, o pai
levou-a para o Rio, à procura de melhores especialistas. Após uma cirurgia de
emergência, feita por Dr. Pedro Ernesto, este, um tanto desolado, disse ao Sr.
Vilela que a menina não se salvaria ... Tratava-se de um tumor maligno ... em
estado adiantado.
Sr. Vilela sofreu um terrível
golpe, mas, diante da sentença do médico, respondeu-lhe: "Se a medicina da terra nada pode fazer, eu
confio na medicina do Céu!".
Enquanto a filha era operada, os
pais buscam uma igreja para participarem da Santa Missa, e na homilia ouvem
falar do poder intercessor de Santo Expedito. D. Maria e Sr. Vilela, sem nada
terem combinado, no íntimo de seus corações, pediram a cura da filha querida,
fazendo, coincidentemente, a mesma promessa: Mandar esculpir uma imagem do
referido Santo, para propagarem a sua devoção em Maria da Fé, onde Santo
Expedito era pouco conhecido.
Diante do sofrimento dos pais, o
médico propôs-lhes um novo tratamento: a radioterapia, que causou sérias
queimaduras em Giselda. Ainda desconhecido o efeito do rádio...
SONHOS DE GISELDA E SUA
CONVERSÃO
Enquanto jovenzinha, Maria Giselda
idealizava ser muito rica, gozar de uma vida confortável e até luxuosa, junto de
seus pais, de quem nunca pensava em separar-se.
No Colégio, foi-se interiorizando
mais e mais, numa busca constante de Deus! A leitura de "História de uma Alma", de Santa Teresinha, fez-lhe descobrir o
Carmelo, e tendo exposto seu desejo ao seu Confessor, foi encaminhada ao Carmelo
de Campinas.
A CAMINHADA PARA O CARMELO
Sr. Vilela e D. Maria, ao tomarem
conhecimento da pretensão de Giselda de entrar para o Carmelo, não se
opuseram.
Corria o ano de 1930. Em companhia
do pai, Maria Giselda ingressa no Carmelo, a 29 de novembro.
Em 12 de abril de 1931, recebe o
Hábito de Nossa Senhora do Carmo, sob o nome de Irmã Maria Imaculada da Santíssima Trindade,
realizando-se o presságio
de sua grande amiga, Laly, que, mais tarde, seria a co-fundadora do Carmelo de
Belo Horizonte.
Giselda fez seus primeiros votos
em 12 de abril de 1932 e, em 13 de abril de 1935,
a sua
Profissão Solene, registrando-se sempre a sua grande dedicação à Comunidade!
O CARMELO DA SAGRADA
FAMÍLIA
Padre Delfim seu amigo de
infância, manifestando a necessidade de cumprir a promessa feita junto ao túmulo
de Santa Teresinha, em Lisieux, de trabalhar para a fundação de um Carmelo, pois
a Santinha das Rosas obtivera-lhe de Deus a graça da Ordenação Sacerdotal,
compareceu ao Carmelo de Campinas, com a autorização de Dom Octávio, Bispo de
Pouso Alegre, para pedir à Madre Ângela e à sua Comunidade, a fundação de um
Carmelo em Pouso Alegre , o que se efetivou em 26 de outubro de
1943, graças ao empenho do padre Delfim, que seguiria, à distância, suas filhas
Carmelitas, pois dias antes dessa fundação, ele fora nomeado Bispo de
Leopoldina.
Inicio difícil para Madre Maria
Imaculada, sobretudo após o retorno das Irmãs de Campinas, que com ela vieram,
deixando-a apenas com um grupo de Noviças. Estas, reconhecendo o mérito de sua
Priora, deram-lhe o título de "Mãezinha", pois realmente desempenhava sua missão
com grande entusiasmo e dedicação.
E assim, por quarenta e três anos
Mãezinha dirigiu o Carmelo da Sagrada Família, mas logo após a Sagração da
Capela, a construção do cemitério e o término das pistas do quintal, Mãezinha já
dizia poder cantar o Nunc
dimittis.
Deus, porém, em seus insondáveis
desígnios, (que apesar de “maravilhosos” não deixam de ser, às vezes,
“dolorosos”), desejava pedir a ela algo mais: A fundação de um novo
Carmelo.
A FUNDAÇÃO DO CARMELO DE
CAMPOS
Acatando a vontade de Deus,
Mãezinha tomou as providências necessárias à nova fundação. Foi um tempo de
intensa oração e muito trabalho.
A 24 de agosto de 1986, nove de
suas filhas partiram para Campos, mas a saúde de Mãezinha sofreu um grande
abalo: a manifestação de um câncer, que até então procurara ocultar de suas
Irmãs.
Havia oferecido a sua vida para o
êxito da nova fundação, em benefício da Santa Igreja, bastante dilacerada
naquela Diocese.
ENFIM, O CÉU
A saúde de Mãezinha foi decaindo,
dia-a-dia.
Sempre assistida por vários
médicos, nossos grandes amigos, sobretudo Dr. Vitor Galhardo e Dr. José Wazen,
do Rio de Janeiro, a 20 de janeiro de 1988, pelas 11,20h da manhã, ela partiu
para O grande encontro com
Aquele por quem vivera e a quem servira durante toda a sua vida.
PROCESSO DE
CANONIZAÇÃO
Em vista da insistência de várias
pessoas que alcançaram graças por intermédio de Mãezinha, a Comunidade
alicerçada em sacrifícios e orações, assumiu, convictamente, a Introdução da
CAUSA DE CANONIZAÇÃO de sua Fundadora.
Aos 12 de janeiro de
2006, na presença de toda a Comunidade, Frei Patrício entregou oficialmente o
pedido de Introdução dessa nobre Causa, ao Exmo. Arcebispo, Dom Ricardo.
Prosseguindo,
estabeleceu-se contato também com Pe. Geral da Ordem, Frei Luis Aróstegui
Gamboa, e com Postulador Geral, Frei Idelfonso Moriones, solicitando-lhes que a
Ordem assumisse essa nova Causa de Canonização.
Com o coração
transbordante de alegria, a 26 de julho de 2006, as Irmãs tomaram conhecimento
de que a IGREJA, através da Congregação para as Causas dos Santos enviara, de
Roma, ao Exmo. Arcebispo, Dom Ricardo, o seguinte documento: NADA IMPEDE A
INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE CANONIZAÇÃO DA SERVA DE DEUS, MARIA IMACULADA DA SS.
TRINDADE.
No dia nove de agosto
de 2006, foi confirmada a data da ABERTURA DO PROCESSO DE CANONIZAÇÃO para o dia
30 de setembro desse mesmo ano.
EXUMAÇÃO
No dia doze de abril de 2007, às
7h, celebrou-se a Santa Missa na Capela deste Carmelo, presidida por Frei
Patrício e concelebrada por Pe. José Dimas de Lima.
Os fiéis presentes foram
previamente avisados de que só entrariam, na Clausura, as pessoas credenciadas.
As normas da Santa Sé assim o determinam, para evitar tumulto e preservar o
ambiente de devoção e de seriedade que a Cerimônia requer.
A homilia foi feita por Frei
Patrício, que explicou tanto o significado da EXUMAÇÃO como da INUMAÇÃO que
ocorreria a quinze de abril.
Terminada a Santa Missa, os
Celebrantes encaminharam-se para o Ato da Exumação que seria realizada pelo
Tribunal da Causa, encarregado de outorgar validade jurídica ao Ato. Testemunhas
desse Ato:
Membros do
Tribunal: Mons. Benedito
Marcílio de Magalhães, Juiz Delegado; Cônego Vonilton Augusto Ferreira, Promotor
de Justiça; Vítor Pereira dos Santos, Notário Atuário; Ir. Teresa Margarida do
Sagrado Coração de Jesus, ocd, Notária Adjunto; Pe. José Dimas de Lima,
Presidente da Comissão Histórica da Causa; Maria Luciete da Silva Ribeiro,
membro da Comissão Histórica da Causa.
1.
Peritos
Médicos para
reconhecimento anatômico e procedimentos de preservação dos ossos: Dr. Carlos de
Barros Laraia, chefe da equipe; Dr. Luiz Carlos de Meneses e Dr. Antonio Homero
Rocha de Toledo (Odontólogo).
2.
Coadjuvantes da
perícia médica: Sr.
Sebastião Paulino; Técnico de Anatomia; Tatiane Crepaldi, acadêmica do sexto ano
de Medicina; Elisângela Pereira Gonçalvez e Fernanda Marcelino Silva, acadêmicas
auxiliares.
Também presentes: Dr. Vítor
Galhardo, Dr. José Guernelli Neto e Dr. Sebastião Arouca, que cuidaram da Serva
de Deus, sobretudo na sua fase final.
3.
Representante da
FAMÍLIA DE MÃEZINHA: - Guy Villela Pascoal, seu sobrinho.
4.
PEDREIROS
ENCARREGADOS da
abertura do túmulo:
Florisvaldo Morelato; João Domingues da Silva e Degberto da Silva
Ribeiro.
5.
CARMELITAS
de outros Carmelos: na realidade eram poucas, porque segundo as normas da Igreja
deve se restringir às pessoas que vão desempenhar alguma função no ato da
Exumação.
Aberta a porta da Clausura, os
credenciados dirigiram-se à Capela do cemitério, do Carmelo, precedidos pelas
Monjas, que revestidas solenemente com suas capas, entoavam o “Salve Regina”.
Ao chegarem à capelinha as
Irmãs entoaram o “Veni Creator”, seguindo-se a leitura da carta de Frei Patrício
ao Exmo. Arcebispo Dom Ricardo, solicitando a Exumação da Serva de
Deus.
Com o seu assentimento iniciou-se
o Processo de Exumação.
REALIZAÇÕES
POSTERIORES:
- No dia 12 de abril
de 2008, inaugurou-se o Memorial da Serva de Deus, Maria Imaculada.
- De 28 de junho a 8
de julho, realizou-se neste Carmelo uma semana de espiritualidade, abordando os
seguintes pontos:
No 1º dia, bispo de Luz, D.
Antonio Carlos Felix desenvolveu o tema: - “Santa Teresinha e a Vida
Missionária; a Serva de Deus como Missionária.”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário