sexta-feira, 16 de setembro de 2011



A SERVA DE DEUS MADRE MARIA IMACULADA


      Maezinha
Maria Giselda Vilela, Mãezinha, nasceu em um lar autenticamente cristão. Era a terceira dos sete filhos do casal Manoel Villela Pereira (de origem portuguesa) e Maria Campos Villela, residente na cidade de Maria da Fé, Minas Gerais. Eram seus irmãos: Genoveva, Manoelzinho (logo falecido), um segundo Manoelzinho, também falecido com apenas dois anos, Rita, Gabriel (Padre Redentorista) e Murilo.
            Maria Giselda, muito viva e inteligente sempre foi cercada de muita atenção e carinho pelos pais, que, percebendo seu temperamento forte e expansivo, eram exigentes na sua formação e educação.
Impressionado com a piedade da menina e com seu precoce conhecimento do Catecismo, um Missionário que viera pregar naquela cidade, permitiu que ela fizesse a Primeira Comunhão, com apenas quatro anos de idade! Ao lado de Maria Giselda, também recebendo Jesus pela primeira vez, lá se achava Delfim Ribeiro Guedes, seu amiguinho, um pouco mais velho que ela. Unidos na Eucaristia, muito mais unidos ficariam, num futuro remoto, pelos laços de um forte ideal carmelitano.
Sempre voltada para as coisas de Deus, após a Primeira Comunhão, Maria Giselda quis entrar para o Apostolado da Oração.
Não sabendo ler nem escrever, cumpria de memória o que lhe era prescrito e rezava o terço marcando as Ave-Marias com seus dedinhos.
Foi seu companheirinho de infância, além de Delfim, o futuro beneditino, Dom Marcos Barbosa.
Três admiráveis crianças, que, mais tarde, norteariam suas vidas pelo ideal de consagração a Deus.

O SOFRIMENTO
Dedicada aos estudos, Maria Giselda foi desenvolvendo seus grandes talentos. O selo do sofrimento, porém, marcaria sua infância ... Entre 12 e 13 anos, teria início o seu calvário com o aparecimento de um tumor na virilha.
Alertado sobre a gravidade do problema, Sr. Vilela levou-a para outra cidade, também de recursos precários, onde o enorme tumor foi extirpado. Aparentemente melhor, Maria Giselda foi para o Internato, do Colégio Sagrado Coração de Jesus, das Irmãs da Providência de GAP, em Itajubá, mas, em poucos meses, reapareceu-lhe o tumor. Alarmado, o pai levou-a para o Rio, à procura de melhores especialistas. Após uma cirurgia de emergência, feita por Dr. Pedro Ernesto, este, um tanto desolado, disse ao Sr. Vilela que a menina não se salvaria ... Tratava-se de um tumor maligno ... em estado adiantado.
Sr. Vilela sofreu um terrível golpe, mas, diante da sentença do médico, respondeu-lhe: "Se a medicina da terra nada pode fazer, eu confio na medicina do Céu!".
Enquanto a filha era operada, os pais buscam uma igreja para participarem da Santa Missa, e na homilia ouvem falar do poder intercessor de Santo Expedito. D. Maria e Sr. Vilela, sem nada terem combinado, no íntimo de seus corações, pediram a cura da filha querida, fazendo, coincidentemente, a mesma promessa: Mandar esculpir uma imagem do referido Santo, para propagarem a sua devoção em Maria da Fé, onde Santo Expedito era pouco conhecido.
Diante do sofrimento dos pais, o médico propôs-lhes um novo tratamento: a radioterapia, que causou sérias queimaduras em Giselda. Ainda desconhecido o efeito do rádio...
SONHOS DE GISELDA E SUA CONVERSÃO
Enquanto jovenzinha, Maria Giselda idealizava ser muito rica, gozar de uma vida confortável e até luxuosa, junto de seus pais, de quem nunca pensava em separar-se.
No Colégio, foi-se interiorizando mais e mais, numa busca constante de Deus! A leitura de "História de uma Alma", de Santa Teresinha, fez-lhe descobrir o Carmelo, e tendo exposto seu desejo ao seu Confessor, foi encaminhada ao Carmelo de Campinas.
A CAMINHADA PARA O CARMELO
Sr. Vilela e D. Maria, ao tomarem conhecimento da pretensão de Giselda de entrar para o Carmelo, não se opuseram.
Corria o ano de 1930. Em companhia do pai, Maria Giselda ingressa no Carmelo, a 29 de novembro.
Em 12 de abril de 1931, recebe o Hábito de Nossa Senhora do Carmo, sob o nome de Irmã Maria Imaculada da Santíssima Trindade, realizando-se o presságio de sua grande amiga, Laly, que, mais tarde, seria a co-fundadora do Carmelo de Belo Horizonte.
Giselda fez seus primeiros votos em 12 de abril de 1932 e, em 13 de abril de 1935, a sua Profissão Solene, registrando-se sempre a sua grande dedicação à Comunidade!
O CARMELO DA SAGRADA FAMÍLIA
Padre Delfim seu amigo de infância, manifestando a necessidade de cumprir a promessa feita junto ao túmulo de Santa Teresinha, em Lisieux, de trabalhar para a fundação de um Carmelo, pois a Santinha das Rosas obtivera-lhe de Deus a graça da Ordenação Sacerdotal, compareceu ao Carmelo de Campinas, com a autorização de Dom Octávio, Bispo de Pouso Alegre, para pedir à Madre Ângela e à sua Comunidade, a fundação de um Carmelo em Pouso Alegre, o que se efetivou em 26 de outubro de 1943, graças ao empenho do padre Delfim, que seguiria, à distância, suas filhas Carmelitas, pois dias antes dessa fundação, ele fora nomeado Bispo de Leopoldina.
Inicio difícil para Madre Maria Imaculada, sobretudo após o retorno das Irmãs de Campinas, que com ela vieram, deixando-a apenas com um grupo de Noviças. Estas, reconhecendo o mérito de sua Priora, deram-lhe o título de "Mãezinha", pois realmente desempenhava sua missão com grande entusiasmo e dedicação.
E assim, por quarenta e três anos Mãezinha dirigiu o Carmelo da Sagrada Família, mas logo após a Sagração da Capela, a construção do cemitério e o término das pistas do quintal, Mãezinha já dizia poder cantar o Nunc dimittis.
Deus, porém, em seus insondáveis desígnios, (que apesar de “maravilhosos” não deixam de ser, às vezes, “dolorosos”), desejava pedir a ela algo mais: A fundação de um novo Carmelo.
A FUNDAÇÃO DO CARMELO DE CAMPOS
Acatando a vontade de Deus, Mãezinha tomou as providências necessárias à nova fundação. Foi um tempo de intensa oração e muito trabalho.
A 24 de agosto de 1986, nove de suas filhas partiram para Campos, mas a saúde de Mãezinha sofreu um grande abalo: a manifestação de um câncer, que até então procurara ocultar de suas Irmãs.
Havia oferecido a sua vida para o êxito da nova fundação, em benefício da Santa Igreja, bastante dilacerada naquela Diocese.

ENFIM, O CÉU
A saúde de Mãezinha foi decaindo, dia-a-dia.
Sempre assistida por vários médicos, nossos grandes amigos, sobretudo Dr. Vitor Galhardo e Dr. José Wazen, do Rio de Janeiro, a 20 de janeiro de 1988, pelas 11,20h da manhã, ela partiu para O grande encontro com Aquele por quem vivera e a quem servira durante toda a sua vida.
PROCESSO DE CANONIZAÇÃO
Em vista da insistência de várias pessoas que alcançaram graças por intermédio de Mãezinha, a Comunidade alicerçada em sacrifícios e orações, assumiu, convictamente, a Introdução da CAUSA DE CANONIZAÇÃO de sua Fundadora.
            Aos 12 de janeiro de 2006, na presença de toda a Comunidade, Frei Patrício entregou oficialmente o pedido de Introdução dessa nobre Causa, ao Exmo. Arcebispo, Dom Ricardo.
            Prosseguindo, estabeleceu-se contato também com Pe. Geral da Ordem, Frei Luis Aróstegui Gamboa, e com Postulador Geral, Frei Idelfonso Moriones, solicitando-lhes que a Ordem assumisse essa nova Causa de Canonização.
            Com o coração transbordante de alegria, a 26 de julho de 2006, as Irmãs tomaram conhecimento de que a IGREJA, através da Congregação para as Causas dos Santos enviara, de Roma, ao Exmo. Arcebispo, Dom Ricardo, o seguinte documento: NADA IMPEDE A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE CANONIZAÇÃO DA SERVA DE DEUS, MARIA IMACULADA DA SS. TRINDADE.
            No dia nove de agosto de 2006, foi confirmada a data da ABERTURA DO PROCESSO DE CANONIZAÇÃO para o dia 30 de setembro desse mesmo ano.
EXUMAÇÃO
No dia doze de abril de 2007, às 7h, celebrou-se a Santa Missa na Capela deste Carmelo, presidida por Frei Patrício e concelebrada por Pe. José Dimas de Lima.
Os fiéis presentes foram previamente avisados de que só entrariam, na Clausura, as pessoas credenciadas. As normas da Santa Sé assim o determinam, para evitar tumulto e preservar o ambiente de devoção e de seriedade que a Cerimônia requer.
A homilia foi feita por Frei Patrício, que explicou tanto o significado da EXUMAÇÃO como da INUMAÇÃO que ocorreria a quinze de abril.
Terminada a Santa Missa, os Celebrantes encaminharam-se para o Ato da Exumação que seria realizada pelo Tribunal da Causa, encarregado de outorgar validade jurídica ao Ato. Testemunhas desse Ato:
Membros do Tribunal: Mons. Benedito Marcílio de Magalhães, Juiz Delegado; Cônego Vonilton Augusto Ferreira, Promotor de Justiça; Vítor Pereira dos Santos, Notário Atuário; Ir. Teresa Margarida do Sagrado Coração de Jesus, ocd, Notária Adjunto; Pe. José Dimas de Lima, Presidente da Comissão Histórica da Causa; Maria Luciete da Silva Ribeiro, membro da Comissão Histórica da Causa.
1.      Peritos Médicos para reconhecimento anatômico e procedimentos de preservação dos ossos: Dr. Carlos de Barros Laraia, chefe da equipe; Dr. Luiz Carlos de Meneses e Dr. Antonio Homero Rocha de Toledo (Odontólogo).
2.      Coadjuvantes da perícia médica: Sr. Sebastião Paulino; Técnico de Anatomia; Tatiane Crepaldi, acadêmica do sexto ano de Medicina; Elisângela Pereira Gonçalvez e Fernanda Marcelino Silva, acadêmicas auxiliares.
Também presentes: Dr. Vítor Galhardo, Dr. José Guernelli Neto e Dr. Sebastião Arouca, que cuidaram da Serva de Deus, sobretudo na sua fase final.
3.      Representante da FAMÍLIA DE MÃEZINHA: - Guy Villela Pascoal, seu sobrinho.
4.      PEDREIROS ENCARREGADOS da abertura do túmulo: Florisvaldo Morelato; João Domingues da Silva e Degberto da Silva Ribeiro.
5.      CARMELITAS de outros Carmelos: na realidade eram poucas, porque segundo as normas da Igreja deve se restringir às pessoas que vão desempenhar alguma função no ato da Exumação.
Aberta a porta da Clausura, os credenciados dirigiram-se à Capela do cemitério, do Carmelo, precedidos pelas Monjas, que revestidas solenemente com suas capas, entoavam o “Salve Regina”.
      Ao chegarem à capelinha as Irmãs entoaram o “Veni Creator”, seguindo-se a leitura da carta de Frei Patrício ao Exmo. Arcebispo Dom Ricardo, solicitando a Exumação da Serva de Deus.
Com o seu assentimento iniciou-se o Processo de Exumação.
REALIZAÇÕES POSTERIORES:
            - No dia 12 de abril de 2008, inaugurou-se o Memorial da Serva de Deus, Maria Imaculada.
            - De 28 de junho a 8 de julho, realizou-se neste Carmelo uma semana de espiritualidade, abordando os seguintes pontos:
No 1º dia, bispo de Luz, D. Antonio Carlos Felix desenvolveu o tema: - “Santa Teresinha e a Vida Missionária; a Serva de Deus como Missionária.”.

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