ORAÇÃO
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Bispos carmelitas pedem ao Papa que o ano de 2015 seja dedicado à oração
Os bispos carmelitas, reunidos no Definitório
Extraordinário, solicitaram à Santa Sé a declaração do ano 2015 como ano de
oração. Em uma carta dirigida ao Papa, os bispos carmelitas pedem a Bento XVI
essa declaração pela ocasião da celebração do V Centenário do nascimento de
Santa Teresa. Este foi o terceiro pedido feito ao Papa em função das celebrações
do V Centenário. O primeiro foi de uma visita do Papa a Ávila; o segundo, o
nosso Padre Geral proferiu na sala clementina, no Vaticano, por ocasião do
encontro dos membros das comunidades que compõem o "Teresianum" em Roma, com o
Santo Padre Bento XVI.
Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein)
A santa de hoje também é conhecida pelo nome de Santa Edith Stein. Juntamente
com Santa Brígida e Santa Catarina de Sena é uma das "Patronas da Europa".
Beatificada a 1 de Maio de 1987, acabou sendo canonizada 11 anos depois, a 11 de
Outubro de 1998, pelo Papa João Paulo II.
Última de 11 irmãos, nasceu em Breslau (Alemanha), a 12 de Outubro de 1891, no dia em que a família festejava o "Dia da Expiação", a grande festa judaica. Por esta razão, a mãe teve sempre uma predileção por esta filha.
O pai, comerciante de madeiras, morreu quando Edith ainda não tinha completado os 2 anos. A mãe, mulher muito religiosa, solícita e voluntariosa, teve que assumir todo o cuidado da família, mas não conseguiu manter nos filhos uma fé viva. Stein perdeu a fé: "Com plena consciência e por livre eleição", ela afirma mais tarde.
Edith dedica-se então a uma vida de estudos na Universidade de Breslau tendo como meta a Filosofia.
Os anos de estudos passam até que, no ano de 1921, Edith visita um casal convertido ao Evangelho. Na biblioteca deste casal ela encontra a autobiografia de Santa Teresa de Ávila. Edith lê o livro durante toda a noite. "Quando fechei o livro, disse para mim própria: é esta a verdade", declarou ela mais tarde.
Em Janeiro de 1922, Stein é batizada e no dia 02 de Fevereiro desse mesmo ano é crismada pelo Bispo de Espira. Em 1932 é-lhe atribuída uma cátedra numa instituição católica, onde desenvolve a sua própria antropologia, encontrando a maneira de unir ciência e fé. Em 1933 a noite fecha-se sobre a Alemanha. Edith Stein tem que deixar a docência e ela própria declarou nesta altura: "Tinha-me tornado uma estrangeira no mundo". E no dia 14 de Outubro desse mesmo ano, entra para o Mosteiro das Carmelitas de Colônia, passando a chamar-se Teresa Benedita da Cruz. Após cinco anos, faz a sua profissão perpétua.
Da Alemanha, Edith é transferida para a Holanda juntamente com sua irmã Rosa, que também é batizada na Igreja Católica e prestava serviço no convento. Neste período do regime nazista, os Bispos católicos dos Países Baixos fazem um comunicado contra as deportações dos judeus. Em represália a este comunicado, a Gestapo invade o convento na Holanda e prendem Edith e sua irmã. Ambas são levadas para o campo de concentração de Westerbork.
No dia 07 de Agosto, ela parte para Auschwitz, ao lado de sua irmã e um grupo de 985 judeus. Por fim, no dia 09 de Agosto, a Irmã Teresa Benedita da Cruz, juntamente com a sua irmã Rosa, morre nas câmaras de gás e depois tem seu corpo queimado.
Assim, através do martírio, Santa Teresa Benedita da Cruz, recebe a coroa da glória eterna no Céu..
Última de 11 irmãos, nasceu em Breslau (Alemanha), a 12 de Outubro de 1891, no dia em que a família festejava o "Dia da Expiação", a grande festa judaica. Por esta razão, a mãe teve sempre uma predileção por esta filha.
O pai, comerciante de madeiras, morreu quando Edith ainda não tinha completado os 2 anos. A mãe, mulher muito religiosa, solícita e voluntariosa, teve que assumir todo o cuidado da família, mas não conseguiu manter nos filhos uma fé viva. Stein perdeu a fé: "Com plena consciência e por livre eleição", ela afirma mais tarde.
Edith dedica-se então a uma vida de estudos na Universidade de Breslau tendo como meta a Filosofia.
Os anos de estudos passam até que, no ano de 1921, Edith visita um casal convertido ao Evangelho. Na biblioteca deste casal ela encontra a autobiografia de Santa Teresa de Ávila. Edith lê o livro durante toda a noite. "Quando fechei o livro, disse para mim própria: é esta a verdade", declarou ela mais tarde.
Em Janeiro de 1922, Stein é batizada e no dia 02 de Fevereiro desse mesmo ano é crismada pelo Bispo de Espira. Em 1932 é-lhe atribuída uma cátedra numa instituição católica, onde desenvolve a sua própria antropologia, encontrando a maneira de unir ciência e fé. Em 1933 a noite fecha-se sobre a Alemanha. Edith Stein tem que deixar a docência e ela própria declarou nesta altura: "Tinha-me tornado uma estrangeira no mundo". E no dia 14 de Outubro desse mesmo ano, entra para o Mosteiro das Carmelitas de Colônia, passando a chamar-se Teresa Benedita da Cruz. Após cinco anos, faz a sua profissão perpétua.
Da Alemanha, Edith é transferida para a Holanda juntamente com sua irmã Rosa, que também é batizada na Igreja Católica e prestava serviço no convento. Neste período do regime nazista, os Bispos católicos dos Países Baixos fazem um comunicado contra as deportações dos judeus. Em represália a este comunicado, a Gestapo invade o convento na Holanda e prendem Edith e sua irmã. Ambas são levadas para o campo de concentração de Westerbork.
No dia 07 de Agosto, ela parte para Auschwitz, ao lado de sua irmã e um grupo de 985 judeus. Por fim, no dia 09 de Agosto, a Irmã Teresa Benedita da Cruz, juntamente com a sua irmã Rosa, morre nas câmaras de gás e depois tem seu corpo queimado.
Assim, através do martírio, Santa Teresa Benedita da Cruz, recebe a coroa da glória eterna no Céu..
Santa Maravilhas de Jesus
Fiel filha espiritual de Santa
Teresa de Ávila no seu amor à Religião e à Ordem carmelitana, Madre Maravilhas
de Jesus, carmelita descalça, lutou tenazmente no século XX para que
permanecessem intactas as regras, os usos e costumes legados pela grande Santa
de Ávila, Reformadora do Carmelo. Sua festa transcorre no dia 11.
Plinio Maria Solimeo
Santa Maravilhas de Jesus |
Os Marqueses de Pidal eram muito
religiosos e esmoleres, rezavam o terço diariamente em família e cumpriam com a
maior exatidão seus deveres de estado. Num ambiente familiar assim, Maravilhas
sentiu-se desde cedo predisposta à virtude. Além disso, beneficiava-se da boa
influência de sua avó materna, Da. Patricia Muñoz Dominguez, piedosa e austera,
com quem compartilhava a habitação.
Madre Maravilhas de Jesus afirmará
que sentiu o apelo divino para a vida religiosa com o despertar da razão. Aos
cinco anos de idade, fez voto de castidade. Diariamente ia com sua avó à santa
Missa e, apesar de seu desejo, não pôde fazer a primeira comunhão senão depois
dos 10 anos de idade, como era costume na época. Dirá ela a seu diretor
espiritual: “O dia de minha primeira comunhão foi felicíssimo. Só falei com o
Senhor de meus anelos de que chegasse o dia de poder ser toda sua na vida
religiosa”.1
Ardente desejo de
consagração a Jesus
Madre Maravilhas de Jesus pouco antes de entrar no convento |
Em 1913 morre seu pai, e no mês
seguinte sua avó materna. Como seus irmãos já se haviam casado, tocava a
Maravilhas ficar com a mãe, o que tornava mais difícil para ela a entrada no
convento.
Anos depois, indo passar uma
temporada com seu irmão e cunhada em Torrelavega, foram até Covadonga, onde
Maravilhas suplicou muito à Virgem ali venerada que lhe concedesse a graça de
entrar o quanto antes num carmelo. Nossa Senhora a ouviu. Pouco depois, tanto
seu diretor espiritual quanto sua mãe concederam-lhe a esperada permissão.
Entrou no carmelo de El Escorial no dia 12 de outubro de 1919. A
obediência a fizera esperar até os 27 anos para consagrar-se toda a Jesus!
O Cerro de los Angeles e o
novo carmelo
As carmelitas no dia da inauguração do Monumento no Cerro de los Angeles; |
No entanto, não havendo boas
estradas, o monumento do Cerro foi caindo no esquecimento. Certo dia Nosso
Senhor, por meio de inspirações interiores, comunicou à então Irmã Maravilhas
seu desejo de que fosse edificado um carmelo naquele local, para velar pelo
monumento e se imolar pela Espanha. Também inspirou outra freira do mesmo
convento a secundar a Irmã Maravilhas nessa empresa.
Depois de mil e uma dificuldades, as
duas religiosas com sua antiga Mestra de Noviças e uma noviça fundaram o carmelo
no Cerro de los Angeles. Este depressa prosperou, tendo recebido muitas
vocações. A Irmã Maravilhas, apesar de ter feito os votos solenes pouco tempo
antes, foi designada Mestra de Noviças, e logo depois priora do novo
carmelo.
Enfrentando a revolução
comunista de 1936
Durante a guerra Civil, os comunistas atiram contra o Sagrado Coração, no referido monumento |
Não coube a Madre Maravilhas e às
suas filhas espirituais, embora o desejassem ardentemente, darem a vida pela Fé.
Foram expulsas do convento e passaram um ano em Madri, mantendo a vida de
comunidade num apartamento, sob constante risco. Até que ela e suas 20 freiras,
com alguns leigos que a ela tinham se confiado, conseguiram sair da Espanha para
nela reentrar na região não dominada pelos comunistas. Assim surgiu o convento
de Batuelas, onde se estabeleceu a comunidade até a liberação do país do jugo
vermelho. Então, como havia muitas pretendentes para o carmelo, foi possível
voltar ao Cerro de los Angeles deixando uma comunidade em Batuelas.
Madre Maravilhas, que em 1933 já
havia enviado religiosas para a ereção de um convento carmelita em Kottayan, na
Índia, fundaria ainda mais 10 na Espanha. Enviou também freiras suas para
reforçar o carmelo de Ávila, onde tinha vivido Santa Teresa, bem como outro no
Equador.
Fidelidade heróica ao
espírito de Santa Teresa
Pela Constituição Sponsa Christi,
Pio XII propunha aos religiosos a formação de federações de mosteiros com
noviciados comuns, madres federais e religiosos para as assessorar. Isso trazia
como conseqüência reuniões, visitas dos dirigentes da federação etc., o que
alterava muito a vida de um convento de contemplativas como são as carmelitas. E
não se coadunava com o que Santa Teresa estipulara para seus carmelos, que
deveriam ser comunidades autônomas e estáveis, com número limitado de monjas,
clausura estrita etc.
Madre Maravilhas, que não desejava
nenhuma alteração naquilo que Santa Teresa legara, fez o possível para evitar
modificações que alterassem a vontade da grande reformadora do Carmelo.
Consultou o Geral da Ordem do Carmo, o Pe. Silvério de Santa Teresa, a quem já
conhecia e com quem tratara por ocasião da fundação do carmelo de Cerro de
los Angeles. Dirigiu-se mesmo ao Secretário da Congregação dos Religiosos,
o espanhol Pe. Arcádio Larraona. Os dois concordaram com o ponto de vista da
Madre. Mobilizou ela todos os contatos que mantivera, tanto no campo civil
quanto no eclesiástico, em favor de sua aspiração.
Para ela, tratava-se de uma
verdadeira batalha, para a qual tinha que usar todos os recursos da piedade, mas
também da argúcia, da tenacidade e da sua extraordinária vitalidade.
Tenaz defensora da Ordem
carmelitana
“El Priorito”, imagem do Menino Jesus que Madre Maravilhas colocou como Prior do Convento no Cerro de Los Angeles |
Assim, quando o embaixador da Espanha
junto à Santa Sé, Fernando Castiella, comunicou-lhe boas notícias a respeito do
andamento de suas gestões no Vaticano, escreveu à priora do Cerro em 5 de junho
de 1954: “Isto foi um milagre verdadeiro. A Santíssima
Virgem quis salvar sua Ordem”.2Em outra carta à mesma,
três meses mais tarde, afirmava: “A Santíssima Virgem, em seu Ano Mariano
[1954], vai nos salvar”. A essa Madre, ela já
afirmara pouco antes: “Minha Madre! Quanto temos que pedir à Santa Madre
Teresa que livre sua Ordem! A Santíssima Virgem no-lo
concederá”.3
A Frei Victor de Jesus Maria, O.C.D.,
canonista e Definidor Geral da Ordem, escreveu ela em 4 de julho de 1956:
“Já sei que V. Revma. não nos esquecerá e pedirá muitíssimo para que
não permita o Senhor que a Ordem de sua Mãe seja tocada em
nada. Já não nos resta mais que a oração, mas realmente é a arma mais
poderosa”.4
Resistindo aos ventos dos
novos tempos
A questão arrasta-se, sobretudo com o
início do Concílio Vaticano II. Em carta escrita em abril de 1967 ao Preposto
Geral da Ordem, Frei Miguel Ângelo de São José, diz ela: “A eleição de V.
Revma. nos encheu de alegria, e vimos como Nossa Mãe Santíssima vela por sua
Ordem, pondo-a em suas mãos nestes tão difíceis e delicados
momentos”.5
No dia de São Miguel, 29 de setembro
de 1967, volta a escrever ao mesmo: “Faça tudo quanto seja necessário para
salvar a ‘Ordem da Virgem’ nestes tão difíceis tempos. Com a
ajuda de Cristo, nosso Bem, e de sua Mãe Santíssima, não podemos duvidar de que
assim será”.
O tempo foi passando, e um dos
decretos do Vaticano II, o Perfectae Caritatis, voltou com a proposta
de Pio XII, recomendando às religiosas contemplativas a formação de federações,
uniões ou associações, como um meio de ajuda mútua entre os mosteiros. Madre
Maravilhas vê no número 22 do decreto a saída que buscava. Recomenda esse item
que “os Institutos e Mosteiros autônomos promovam entre si [...] uniões, se
têm iguais constituições e costumes e estão animados do mesmo espírito,
principalmente se são demasiado pequenos”.6Discernia ela aí uma saída:
fundar uma união de carmelos (dos por ela fundados e mais alguns que
pediram sua admissão) sem ter que alterar em nada a vida desses mosteiros. A
finalidade de tal associação era a de que esses carmelos pudessem ajudar-se com
facilidade, espiritual e economicamente, e até com o pessoal necessário, sem
saídas nem entradas, sem visitas nem visitadoras etc.7
Realização do desejo de
“não mudar nada”
Depois de muitas dificuldades,
tensões e argúcias da Madre, finalmente Roma aprovou essa união em 14
de dezembro de 1972, com o nome de Associação de Santa Teresa, sendo
Madre Maravilhas eleita sua presidente por unanimidade, em 12 de março de
1973.
Numa carta enviada a Madre Luísa do
Espírito Santo, priora de Arenas, em 22 de março desse mesmo ano, mostra Madre
Maravilhas seu contentamento ao mesmo tempo em que indiretamente aponta as
principais conquistas: “Como vêem, já nos concedeu o Senhor esta graça que
lhe vínhamos pedindo, se essa fosse sua vontade, e já temos aprovada a nossa
Associação de Santa Teresa na Espanha. Foi como um milagre que o Senhor
tenha feito que a aprovassem tal como a havíamos pedido. Para nossos
conventinhos tudo isso não supõe nenhuma novidade, pois o vínhamos vivendo, com
a ajuda do Senhor, desde há tantos anos; mas é muito que o Senhor, pondo em
nossa maneira de viver o selo e a aprovação da Igreja, parece dizer-nos, pelo
caminho mais seguro, que está contente com isso e que aprova nossos desejos de
não mudar nada, e que sigamos adiante pelos mesmos caminhos que nossa Santa
Madre nos traçou. [...] De vários conventos nos pedem para entrar em nossa
união, mas por agora nos parece que não convém aumentar o número”.8
Madre Maravilhas de Jesus morreu em
11 de dezembro de 1974, sendo beatificada por João Paulo II em 1998, e por ele
canonizada em 3 de maio de 2003.
A SERVA DE DEUS MADRE MARIA IMACULADA
Maria Giselda Vilela, Mãezinha, nasceu em um lar autenticamente cristão. Era a terceira dos sete filhos do casal Manoel Villela Pereira (de origem portuguesa) e Maria Campos Villela, residente na cidade de Maria da Fé, Minas Gerais. Eram seus irmãos: Genoveva, Manoelzinho (logo falecido), um segundo Manoelzinho, também falecido com apenas dois anos, Rita, Gabriel (Padre Redentorista) e Murilo.
Maria Giselda, muito viva e
inteligente sempre foi cercada de muita atenção e carinho pelos pais, que,
percebendo seu temperamento forte e expansivo, eram exigentes na sua formação e
educação.
Impressionado com a piedade da menina e com
seu precoce conhecimento do Catecismo, um Missionário que viera pregar naquela
cidade, permitiu que ela fizesse a Primeira Comunhão, com apenas quatro anos de
idade! Ao lado de Maria Giselda, também recebendo Jesus pela primeira vez, lá se
achava Delfim Ribeiro Guedes, seu amiguinho, um pouco mais velho que ela. Unidos
na Eucaristia, muito mais unidos ficariam, num futuro remoto, pelos laços de um
forte ideal carmelitano.
Sempre voltada para as coisas de Deus, após
a Primeira Comunhão, Maria Giselda quis entrar para o Apostolado da Oração.
Não sabendo ler nem escrever, cumpria de
memória o que lhe era prescrito e rezava o terço marcando as Ave-Marias com seus
dedinhos.
Foi seu companheirinho de infância, além de
Delfim, o futuro beneditino, Dom Marcos Barbosa.
Três admiráveis crianças, que, mais tarde,
norteariam suas vidas pelo ideal de consagração a Deus.
O SOFRIMENTO
Dedicada aos estudos, Maria
Giselda foi desenvolvendo seus grandes talentos. O selo do sofrimento, porém,
marcaria sua infância ... Entre 12 e 13 anos, teria início o seu calvário com o
aparecimento de um tumor na virilha.
Alertado sobre a gravidade do
problema, Sr. Vilela levou-a para outra cidade, também de recursos precários,
onde o enorme tumor foi extirpado. Aparentemente melhor, Maria Giselda foi para
o Internato, do Colégio Sagrado Coração de Jesus, das Irmãs da Providência de
GAP, em Itajubá, mas, em poucos meses, reapareceu-lhe o tumor. Alarmado, o pai
levou-a para o Rio, à procura de melhores especialistas. Após uma cirurgia de
emergência, feita por Dr. Pedro Ernesto, este, um tanto desolado, disse ao Sr.
Vilela que a menina não se salvaria ... Tratava-se de um tumor maligno ... em
estado adiantado.
Sr. Vilela sofreu um terrível
golpe, mas, diante da sentença do médico, respondeu-lhe: "Se a medicina da terra nada pode fazer, eu
confio na medicina do Céu!".
Enquanto a filha era operada, os
pais buscam uma igreja para participarem da Santa Missa, e na homilia ouvem
falar do poder intercessor de Santo Expedito. D. Maria e Sr. Vilela, sem nada
terem combinado, no íntimo de seus corações, pediram a cura da filha querida,
fazendo, coincidentemente, a mesma promessa: Mandar esculpir uma imagem do
referido Santo, para propagarem a sua devoção em Maria da Fé, onde Santo
Expedito era pouco conhecido.
Diante do sofrimento dos pais, o
médico propôs-lhes um novo tratamento: a radioterapia, que causou sérias
queimaduras em Giselda. Ainda desconhecido o efeito do rádio...
SONHOS DE GISELDA E SUA
CONVERSÃO
Enquanto jovenzinha, Maria Giselda
idealizava ser muito rica, gozar de uma vida confortável e até luxuosa, junto de
seus pais, de quem nunca pensava em separar-se.
No Colégio, foi-se interiorizando
mais e mais, numa busca constante de Deus! A leitura de "História de uma Alma", de Santa Teresinha, fez-lhe descobrir o
Carmelo, e tendo exposto seu desejo ao seu Confessor, foi encaminhada ao Carmelo
de Campinas.
A CAMINHADA PARA O CARMELO
Sr. Vilela e D. Maria, ao tomarem
conhecimento da pretensão de Giselda de entrar para o Carmelo, não se
opuseram.
Corria o ano de 1930. Em companhia
do pai, Maria Giselda ingressa no Carmelo, a 29 de novembro.
Em 12 de abril de 1931, recebe o
Hábito de Nossa Senhora do Carmo, sob o nome de Irmã Maria Imaculada da Santíssima Trindade,
realizando-se o presságio
de sua grande amiga, Laly, que, mais tarde, seria a co-fundadora do Carmelo de
Belo Horizonte.
Giselda fez seus primeiros votos
em 12 de abril de 1932 e, em 13 de abril de 1935,
a sua
Profissão Solene, registrando-se sempre a sua grande dedicação à Comunidade!
O CARMELO DA SAGRADA
FAMÍLIA
Padre Delfim seu amigo de
infância, manifestando a necessidade de cumprir a promessa feita junto ao túmulo
de Santa Teresinha, em Lisieux, de trabalhar para a fundação de um Carmelo, pois
a Santinha das Rosas obtivera-lhe de Deus a graça da Ordenação Sacerdotal,
compareceu ao Carmelo de Campinas, com a autorização de Dom Octávio, Bispo de
Pouso Alegre, para pedir à Madre Ângela e à sua Comunidade, a fundação de um
Carmelo em Pouso Alegre , o que se efetivou em 26 de outubro de
1943, graças ao empenho do padre Delfim, que seguiria, à distância, suas filhas
Carmelitas, pois dias antes dessa fundação, ele fora nomeado Bispo de
Leopoldina.
Inicio difícil para Madre Maria
Imaculada, sobretudo após o retorno das Irmãs de Campinas, que com ela vieram,
deixando-a apenas com um grupo de Noviças. Estas, reconhecendo o mérito de sua
Priora, deram-lhe o título de "Mãezinha", pois realmente desempenhava sua missão
com grande entusiasmo e dedicação.
E assim, por quarenta e três anos
Mãezinha dirigiu o Carmelo da Sagrada Família, mas logo após a Sagração da
Capela, a construção do cemitério e o término das pistas do quintal, Mãezinha já
dizia poder cantar o Nunc
dimittis.
Deus, porém, em seus insondáveis
desígnios, (que apesar de “maravilhosos” não deixam de ser, às vezes,
“dolorosos”), desejava pedir a ela algo mais: A fundação de um novo
Carmelo.
A FUNDAÇÃO DO CARMELO DE
CAMPOS
Acatando a vontade de Deus,
Mãezinha tomou as providências necessárias à nova fundação. Foi um tempo de
intensa oração e muito trabalho.
A 24 de agosto de 1986, nove de
suas filhas partiram para Campos, mas a saúde de Mãezinha sofreu um grande
abalo: a manifestação de um câncer, que até então procurara ocultar de suas
Irmãs.
Havia oferecido a sua vida para o
êxito da nova fundação, em benefício da Santa Igreja, bastante dilacerada
naquela Diocese.
ENFIM, O CÉU
A saúde de Mãezinha foi decaindo,
dia-a-dia.
Sempre assistida por vários
médicos, nossos grandes amigos, sobretudo Dr. Vitor Galhardo e Dr. José Wazen,
do Rio de Janeiro, a 20 de janeiro de 1988, pelas 11,20h da manhã, ela partiu
para O grande encontro com
Aquele por quem vivera e a quem servira durante toda a sua vida.
PROCESSO DE
CANONIZAÇÃO
Em vista da insistência de várias
pessoas que alcançaram graças por intermédio de Mãezinha, a Comunidade
alicerçada em sacrifícios e orações, assumiu, convictamente, a Introdução da
CAUSA DE CANONIZAÇÃO de sua Fundadora.
Aos 12 de janeiro de
2006, na presença de toda a Comunidade, Frei Patrício entregou oficialmente o
pedido de Introdução dessa nobre Causa, ao Exmo. Arcebispo, Dom Ricardo.
Prosseguindo,
estabeleceu-se contato também com Pe. Geral da Ordem, Frei Luis Aróstegui
Gamboa, e com Postulador Geral, Frei Idelfonso Moriones, solicitando-lhes que a
Ordem assumisse essa nova Causa de Canonização.
Com o coração
transbordante de alegria, a 26 de julho de 2006, as Irmãs tomaram conhecimento
de que a IGREJA, através da Congregação para as Causas dos Santos enviara, de
Roma, ao Exmo. Arcebispo, Dom Ricardo, o seguinte documento: NADA IMPEDE A
INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE CANONIZAÇÃO DA SERVA DE DEUS, MARIA IMACULADA DA SS.
TRINDADE.
No dia nove de agosto
de 2006, foi confirmada a data da ABERTURA DO PROCESSO DE CANONIZAÇÃO para o dia
30 de setembro desse mesmo ano.
EXUMAÇÃO
No dia doze de abril de 2007, às
7h, celebrou-se a Santa Missa na Capela deste Carmelo, presidida por Frei
Patrício e concelebrada por Pe. José Dimas de Lima.
Os fiéis presentes foram
previamente avisados de que só entrariam, na Clausura, as pessoas credenciadas.
As normas da Santa Sé assim o determinam, para evitar tumulto e preservar o
ambiente de devoção e de seriedade que a Cerimônia requer.
A homilia foi feita por Frei
Patrício, que explicou tanto o significado da EXUMAÇÃO como da INUMAÇÃO que
ocorreria a quinze de abril.
Terminada a Santa Missa, os
Celebrantes encaminharam-se para o Ato da Exumação que seria realizada pelo
Tribunal da Causa, encarregado de outorgar validade jurídica ao Ato. Testemunhas
desse Ato:
Membros do
Tribunal: Mons. Benedito
Marcílio de Magalhães, Juiz Delegado; Cônego Vonilton Augusto Ferreira, Promotor
de Justiça; Vítor Pereira dos Santos, Notário Atuário; Ir. Teresa Margarida do
Sagrado Coração de Jesus, ocd, Notária Adjunto; Pe. José Dimas de Lima,
Presidente da Comissão Histórica da Causa; Maria Luciete da Silva Ribeiro,
membro da Comissão Histórica da Causa.
1.
Peritos
Médicos para
reconhecimento anatômico e procedimentos de preservação dos ossos: Dr. Carlos de
Barros Laraia, chefe da equipe; Dr. Luiz Carlos de Meneses e Dr. Antonio Homero
Rocha de Toledo (Odontólogo).
2.
Coadjuvantes da
perícia médica: Sr.
Sebastião Paulino; Técnico de Anatomia; Tatiane Crepaldi, acadêmica do sexto ano
de Medicina; Elisângela Pereira Gonçalvez e Fernanda Marcelino Silva, acadêmicas
auxiliares.
Também presentes: Dr. Vítor
Galhardo, Dr. José Guernelli Neto e Dr. Sebastião Arouca, que cuidaram da Serva
de Deus, sobretudo na sua fase final.
3.
Representante da
FAMÍLIA DE MÃEZINHA: - Guy Villela Pascoal, seu sobrinho.
4.
PEDREIROS
ENCARREGADOS da
abertura do túmulo:
Florisvaldo Morelato; João Domingues da Silva e Degberto da Silva
Ribeiro.
5.
CARMELITAS
de outros Carmelos: na realidade eram poucas, porque segundo as normas da Igreja
deve se restringir às pessoas que vão desempenhar alguma função no ato da
Exumação.
Aberta a porta da Clausura, os
credenciados dirigiram-se à Capela do cemitério, do Carmelo, precedidos pelas
Monjas, que revestidas solenemente com suas capas, entoavam o “Salve Regina”.
Ao chegarem à capelinha as
Irmãs entoaram o “Veni Creator”, seguindo-se a leitura da carta de Frei Patrício
ao Exmo. Arcebispo Dom Ricardo, solicitando a Exumação da Serva de
Deus.
Com o seu assentimento iniciou-se
o Processo de Exumação.
REALIZAÇÕES
POSTERIORES:
- No dia 12 de abril
de 2008, inaugurou-se o Memorial da Serva de Deus, Maria Imaculada.
- De 28 de junho a 8
de julho, realizou-se neste Carmelo uma semana de espiritualidade, abordando os
seguintes pontos:
No 1º dia, bispo de Luz, D.
Antonio Carlos Felix desenvolveu o tema: - “Santa Teresinha e a Vida
Missionária; a Serva de Deus como Missionária.”.
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